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JORNALISMO ASTROLÓGICO
Os jornalistas do cosmos
Equipe de Constelar

Como fazer a Astrologia chegar a novos públicos sem simplificações grosseiras? Como conciliar a precisão de conceitos, a divulgação ética e a linguagem acessível? Nos últimos anos, cada vez mais astrólogos com vocação jornalística estão descobrindo o caminho. Veja um pouco dessa história e conheça os textos do SIGNOzine, o menor boletim astrológico do mundo.

Astrólogos vivem reclamando de que a grande imprensa não abre espaço para a Astrologia. Que publica apenas horóscopos superficiais, confunde conceitos e divulga preconceitos, além de deturpar invariavelmente todas as entrevistas, que sempre começam, aliás, com a indefectível e irritante pergunta: "O que os astros reservam para...?". Em boa parte, isso era verdade. Todo astrólogo tem uma história triste para contar sobre seu relacionamento com a imprensa. E, enquanto os bons profissionais e pesquisadores ficavam trancados nos gabinetes produzindo artigos cujo destino seria a gaveta, as colunas astrológicas dos jornais ocupavam o território respondendo aquelas perguntas que jamais deveriam ter resposta: "Sou de Virgem e meu namorado é de Sagitário. Nós vamos nos casar?"

O auge da frustração veio com o surgimento maciço dos serviços disk-0900: não apenas os astrólogos de boa formação continuavam ignorados pelo público como também passaram a ser vítimas de um preconceito crescente da parte dos que achavam que toda a Astrologia brasileira se resumia a Walter Mercado e seus "místicos". Mas parece que o próprio veneno estimulou o surgimento do antídoto. Nos últimos anos, os astrólogos começaram a reação. Era preciso dar ao público informação de boa qualidade para ajudá-lo a separar propostas éticas de picaretagens espertas. E astrólogos com vocação jornalística tomaram de assalto a Internet - recurso mais democrático à disposição - ou criaram jornais independentes e foram à luta. Lá se vão cinco anos do surgimento da primeira lista brasileira de discussão de Astrologia na Internet, a velha Equinox, de Marcus Vannuzini. Hoje, são mais de trinta.

Boletins astrológicos em papel e na Internet são uma forma de enfrentar o alto nível de desinformação sobre o assunto.

As experiências de comunicação foram-se multiplicando e assumindo novas formas, mostrando que é possível criar uma mídia alternativa capaz de chegar ao público de forma eficiente, ética e auto-sustentável. Melhor ainda: capaz de formar novos públicos.

Um bom exemplo é o boletim SIGNOzine, de Curitiba. A capital do Paraná leva a fama de ter uma população tão fria quanto seu gélido inverno. Muitos já haviam tentado sem sucesso abrir espaços para a Astrologia no coração curitibano. Mas João Acuio, um astrólogo e psicólogo de 27 anos, não se impressionou com os hábitos de seus vizinhos da colônia italiana do bairro de Santa Felicidade, sempre mais interessados no cardápio do restaurante de massas do que no menu das configurações planetárias. O menor boletim astrológico do mundo circula na cidade há mais de dois anos e já vem mobilizando gente que jamais se interessara por Astrologia anteriormente. O segredo está nos textos enxutos, fáceis de ler, mas ao mesmo tempo instigantes e de forte impacto poético. E mais interessante: literalmente, SIGNOzine cabe em qualquer bolso. Com a palavra, o editor João Acuio.

SIGNOzine: atrevimento em formato portátil


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