Pânico no estádio: centenas de torcedores rolam arquibancada abaixo e desabam sobre o alambrado. |
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ASTROLOGIA
COLETIVA
Vasco:
da paixão
ao pânico
O Vasco da Gama, clube que contribuiu decisivamente para a integração racial e social dos negros e imigrantes pobres e que ajudou a mudar a auto-imagem do brasileiro, protagonizou um incidente que quase se transforma na pior tragédia do esporte nacional. Entender os mapas dos momentos de glória e de vergonha ajuda a entender também o simbolismo astrológico do momento plutoniano que vive o país. 30 de dezembro de 2000: o estádio de São Januário, do Clube de Regatas Vasco da Gama, recebia um público muito superior ao que suas instalações poderiam comportar. Oficialmente, foram vendidos 30,5 mil ingressos. Entretanto, um simples olhar pelas arquibancadas mostrava que devia haver bem mais do que 40 mil pessoas apertadas e sufocadas pelo intenso calor. Em campo, Vasco e São Caetano disputavam a final do campeonato brasileiro - um campeonato que já começara sob a égide da confusão, abrigando 116 clubes como forma de contornar o impasse que se criara com o recurso à justiça comum movido pelo Gama, clube de Brasília desclassificado no ano anterior em virtude de um regulamento igualmente confuso e sujeito a várias interpretações. Aos 23 minutos do segundo tempo, dois minutos depois de Romário sair de campo vitimado por uma contusão, explode a tragédia: um torcedor, na parte mais alta da arquibancada, chama Romário de bichado (em gíria futebolística: jogador inutilizado por seguidas contusões) e grita o nome de Edmundo. Outro, revoltado, saca uma arma e começa o pânico. Na ânsia de fugir da briga, os torcedores do alto começam a empurrar aqueles dos degraus inferiores, provocando uma onda humana que, num efeito-dominó, acaba por projetar centenas de pessoas contra o alambrado, que se rompe. Doze metros de grade vão abaixo e torcedores em desespero são pisoteados, comprimidos, esmagados pela multidão e finalmente "cuspidos" para dentro do gramado, sob o olhar atônito dos jogadores. Em poucos instantes, o gramado do estádio do Vasco se transforma num hospital a céu aberto: são homens, mulheres e crianças com escoriações, fraturas, crises nervosas, desmaios e até mesmo uma convulsão epiléptica, registrada pelas câmaras de TV. Mais alguns minutos, começam a chegar ambulâncias e helicópteros para resgatar os feridos. Os hospitais do Rio recebem 169 torcedores, três dos quais em estado grave. Insensível, uma parte da torcida começa a gritar em coro: "Queremos jogo!" O presidente do São Caetano recebe a ameaça de ter o time desclassificado da próxima Copa Libertadores da América, caso se recuse a continuar a partida. Há toda uma pressão para que se retirem os últimos feridos de campo e o jogo recomece. As duas equipes já estão reaquecendo os músculos quando o governador Anthony Garotinho telefona para o chefe da Defesa Civil, ordenando a suspensão da partida, por falta de segurança. Eurico Miranda, o truculento presidente do Vasco, assume os microfones de emissoras de rádio e televisão para gritar impropérios ao governador: -Ele fica dentro do gabinete com ar condicionado, fazendo preces falsas para Jesus. O governador é falso e incompetente. O viado do governador acabou com o jogo. Ele manda no coronel, mas não no Vasco. É frouxo! Garotinho, mais tarde, retrucaria dizendo que a culpa do incidente era toda do Vasco, que recusara jogar no Maracanã para utilizar a proximidade da torcida em seu estádio como forma de pressão sobre os jogadores do São Caetano. Um argumento verdadeiro, aliás. A partida estava marcada para as 16h (horário de verão), mas iniciou-se com um atraso de quase dez minutos, às 16h08. O mapa daquele momento mostrava um Ascendente em 22°35' de Touro, com Saturno muito próximo da cúspide (menos de dois graus) e Júpiter logo adiante, ambos na casa 1 e retrógrados.
Considerando que Saturno é o regente tradicional de Aquário, o regente do Ascendente, Vênus, em 25°36' de Aquário, estava em recepção mútua (troca de domicílios) e em quadratura com Saturno, regente da casa 9 e co-regente do Meio-Céu. Esta quadratura ativava também a estrela Algol - a Cabeça da Medusa, da constelação de Perseu - considerada por todos os astrólogos como extremamente perigosa e cuja posição projetada na eclíptica corresponde a 26° de Touro. Vivian Robson, em sua conhecida obra The Fixed Stars and Constellations in Astrology, afirma sobre Algol: De natureza semelhante a Saturno e Júpiter, Algol ocasiona desgraça, violência, decapitação, enforcamento, eletrocução e violência da multidão. Dá ao nativo uma natureza violenta e encarniçada que provoca a sua morte ou a de outros. É a estrela mais maléfica do firmamento. A má fama de Algol é lendária, além de freqüentemente confirmada pelos fatos: um exemplo sinistro foi a queda de um avião da Varig que fazia a rota Abidjan-Rio de Janeiro, nos primeiros dias de 1987, que apresentou problemas logo ao levantar vôo da capital da Costa do Marfim e espatifou-se nas matas próximas ao aeroporto, matando todos os passageiros e tripulantes. Algol estava na cúspide da casa 8 (morte) e em oposição a Vênus, regente do Ascendente da partida da aeronave. NOTA: A decolagem do avião deu-se às 0h42 GMT do dia 3 de janeiro de 1987, Abidjan, Costa do Marfim (05n19, 04w02). Fonte dos dados: Adonis Saliba em artigo publicado em Astrologia Hoje, n° 9, abril/1987. As muitas caras da torcida do Vasco
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