Heróis nos contos, |
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As muitas etapas da jornada do herói Para ficar mais claro, comparemos A jornada do escritor e O herói de mil faces através da seguinte tabela: Essa comparação servirá para delinearmos nossa própria relação da jornada do herói com as casas astrológicas, ora se aproximando da obra de Vogler, ora seguindo mais fielmente o desenho de Campbell. A primeira tentação é associar o início da jornada à primeira casa astrológica. Uma segunda tentação seria determinar uma outra casa astrológica qualquer e, a partir dela, seguir linearmente a proposta de Campbell e Vogler. Mais sensato seria associar desafios encadeados da jornada do herói a casas astrológicas descontínuas, evitando o aprisionamento do conteúdo a uma forma preestabelecida. Mas, como estudante iniciante nas artes da mitologia, da dramaturgia e da astrologia, me permitirei cair, se não na primeira tentação, que me parece por demais óbvia, pelo menos na segunda, certo de que um astrólogo profissional, ou eu mesmo, num estudo posterior, possa ousar mais na minha própria aventura de articulador dessas artes. O primeiro momento de um herói em qualquer história ou filme é a apresentação de seu próprio ambiente, do mundo que lhe é comum: Chapeuzinho Vermelho conversando com sua mãe na cozinha, os alunos sendo recebidos para mais um ano escolar em Sociedade dos Poetas Mortos... Enfim, o momento de conhecermos um pouco o herói antes de iniciar com ela a aventura que em breve se apresentará. Este momento deve ser tomado, entretanto, não como o início, mas como o reinício. O herói possivelmente viveu aventuras anteriores, e está "meio que" descansando sobre os louros da vitória, tirando umas férias depois de um longo trabalho. Poderíamos associar este momento à 2a casa, que se refere aos valores e recursos do indivíduo, ou seja, aquilo que ele tem como certo, aquilo que sustenta sua vida e que baliza seu cotidiano.
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