O resgate da Astrologia
Clássica
O trabalho de recuperação e estudo
da Astrologia Clássica - e não mero exercício
de revisionismo historicista, como diria Karl Popper - onde seja
possível submeter ao teste da realidade contemporânea
técnicas antigas que se provem úteis, pode ajudar
a reestabelecer a dignidade e delimitar os campos possíveis
de relação com outros saberes, para que a produção
astrológica floresça com o brilho e beleza, a eficácia
e a funcionalidade de quando ela não era vista como mera
superstição, como hoje, quase obrigada a deixar-se
cooptar e seduzir por toda a sorte de correntes soi-disant "esotéricas",
"ocultistas" "psicologizantes" ou pseudo-new
age na tentativa de garantir seu território.
Em muitas partes do mundo há grupos de profissionais
que começaram a colocar em prática o exercício
da recuperação e do estudo. O resultado tem sido a
elevação do nível de debate, o aprofundamento
do conhecimento teórico e o resgate de ramos de trabalho,
tais como a Astrologia horária, médica e mundial,
em novas bases, onde a precisão tecnológica dos cálculos
computadorizados se aplica a técnicas e conceitos antigos
e ainda operantes.
O trabalho de recuperação e teste destas
antigas práticas é, hoje, sem dúvida, uma das
luzes que surgem no fim do túnel astrológico. Quem
sabe nós, astrólogos brasileiros, possamos enxergar
esta luz, daqui ao sul do Equador, sem esquecermos de que muito
antes da chegada dos espanhóis e portugueses na América
Latina, este chão refletia estrelas em sistemas complexos,
tais como o dos maias e astecas.
O que há
para ler |
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O mercado editorial brasileiro já é
um dos mais modestos e, em matéria de Astrologia clássica
ou antiga, ou mesmo história dela, estamos mal servidos em
português... No entanto, para quem lê inglês,
por exemplo, há alguns bons títulos que podem ser
adquiridos, até mesmo pela internet!
Embora com certas conclusões hoje em dia consideradas
falhas, o livro de Jim Tester (A History of Western Astrology,
The Boyldel Press, UK, 1987) pode ser um bom começo em termos
de história. Do brilhante astrólogo e historiador
da Astrologia Nicholas Campion, já conhecido do público
brasileiro, é possível adquirir até em muitas
livrarias comuns o insuperável The Great Year (editado
pela Penguin Arkana, 1994), que trata com inteligência e crítica
desde os primórdios da Astrologia na Babilônia até
os dias de hoje. Nick Campion também está envolvido
com um empreendimento da maior importância: a edição
dos cadernos Culture & Cosmos, bi-anuais, que tratam
com elevada capacidade técnica e alto grau de articulação
intelectual e acadêmica temas diretamente ligados e afins
com a Astrologia, a arqueoastronomia e a astronomia cultural.
A Loeb Oxford Library tem alguns titulos interessantes
de fontes primárias, tais como Aratus, Ptolomeu e outros.
Dentre os astrólogos mais conhecidos do público
brasileiro também podemos nomear Robert Zoller e Robert Hand,
o primeiro com algumas obras definitivas sobre os aspectos herméticos
da Astrologia e a tradução dos textos árabes
das partes, e o segundo que está envolvido com a mais importante
tarefa de tradução e análise crítica
de uma enorme quantidade de fontes primárias. Os dois podem
ser encontrados na internet, assim como Nicholas Campion...
Uma das tarefas mais importantes que os astrólogos
brasileiros deveriam empreender é a de editar em português
e em boas traduções certos títulos como estes,
que com certeza ampliariam o debate e aprofundariam a visão
histórico-crítica de seu ofício!
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Abramo.
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