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Júpiter, Mercúrio e
as correspondências sobre Marketing e Propaganda
Qual seria a mais correta correspondência
entre Marketing e Propaganda e o simbolismo dos planetas? Uma resposta
muito lógica é: Mercúrio. Este planeta é
significador essencial de vendas e de contatos com o consumidor.
Entretanto, Mercúrio e Júpiter, no sentido de Propaganda,
não podem ser dissociados tão facilmente. O ato da
venda e da comunicação das referências do produto
de fato é puramente mercurial. No entanto, há um componente
jupiteriano especialmente marcante no século XX: a uniformização
de pensamento em torno de uma marca ou de um modo de vida. Raciocinemos:
Júpiter é símbolo de sistemas de crença
e, por conseqüência, de religiosidade. O que tem a ver
religiosidade com propaganda? Tudo. Os modelos de pensamento uniforme
promovidos pela religiosidade há milênios são
formas de unificação de impérios e de convergência
política, mesmo entre nações diferentes sob
um mesmo domínio.
Só para se ter uma idéia,
na Idade Média, o processo de conversão das mentalidades
de todo o mundo dominado pelo Império Romano, isto é,
pela Igreja Cristã, uniformizou o sistema de crenças
da maior parte do mundo conhecido. Deste modo, as tribos analfabetas
no latim, mesmo com idiomas e costumes diferentes dos de Roma, eram
influenciadas e unificadas pela religião. Elas tinham este
ponto de convergência que as submetia à autoridade
papal. O processo era conseguido não pela argumentação
teórica, nem pela coerção moral, mas pela conversão.
Em outras palavras, a filosofia defendida pelos detentores de poder
na época era a de modificar as crenças dos outros
povos mostrando a "verdade" - e uma verdade baseada em
conceitos filosóficos vigentes no mundo de então.
O processo de evangelização contava com uma arma talvez
mais poderosa que qualquer bomba atômica: a imagem. Daí
o poder dos artistas na Europa medieval, uma vez que os mesmos formavam
sistemas de crença. A iconografia é nada menos que
uma linguagem não verbal, porém muito mais assimilável,
pois não depende de alfabetização ou contextualização
num idioma ou numa cultura. Por isso é tão rápida
em atingir seus fins.
Tudo isto nada mais é que a propagação de uma
marca, de um modelo comportamental que se torna comum mesmo em culturas
altamente dissociadas. Excelentes paralelos desta situação
no mundo moderno são:
- O uso da calça jeans;
- O consumo da Coca-Cola;
- O modo de vida que preza pelo conforto
tecnológico (o computador, por exemplo);
Estes exemplos estão entre muitos
outros de uniformização comportamental. Mas não
se trata apenas de comportamento. O que está em jogo aqui
é a uniformização do sistema de crenças,
haja vista o poder que tem a iconografia das peças de propaganda
(linguagens não-verbais = Júpiter e Netuno) como promotoras
de percepções de acordo com o que deseja o anunciante.
É inegável que a imagem provoca uma reação
na mentalidade coletiva, dando a ilusão de que o "melhor",
o "certo", o "real" e "sublime", não
são o cotidiano cultural vivido por cada um, mas sim aquilo
que é expresso através da imagem. A mesma imagem dá
a idéia de que as tais vantagens são passíveis
de serem partilhadas e usadas por quaisquer pessoas. Isto é
ou não é uma força que produz sistemas de crenças?
Assim sendo, Júpiter figura como um significador crucial
nas estratégias de propaganda e uniformização
do pensamento.
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