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Arquivos de Constelar :: Edição 03 :: Setembro/1998 :: - |
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ASTROLOGIA COLETIVAOs ciclos Júpiter-Saturno
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Carlos Hollanda |
Em março de 1995, Carlos Hollanda escreveu este artigo, que foi publicado em capítulos por um jornal alternativo de São Paulo e teve, ainda, alguns trechos divulgados pelo jornal carioca Ganesha. Analisando a passagem de Plutão pelos signos e os ciclos Saturno-Júpiter e Urano-Netuno, Hollanda faz o histórico de algumas transformações marcantes na política, economia e cultura no mundo e no Brasil ao longo do século XX.
Muitos videntes conhecidos pela exatidão de suas previsões já anunciaram grandes transformações na face da Terra, entre eles, Nostradamus e Edgar Cayce (foto). Os dois se referem ao final deste século como uma época de crises, possíveis guerras e problemas de enormes proporções afetando toda a humanidade.
Em estudos realizados através de inúmeros mapas astrológicos de países - levando em consideração as respectivas datas de independência - de trânsitos planetários e de comparações entre afirmações feitas por pesquisadores de todas as áreas de conhecimento, chega-se à conclusão de que caminhamos para uma mudança drástica, seja de comportamento, seja de conformações geográficas ou, quem sabe, como dizem os escatologistas, geológicas. Não é preciso ser gênio para perceber o quanto a estrutura social do mundo está mudando.
As pesquisas de Astrologia corroboram muito do que dizem estes videntes e pesquisadores, porém colocam em questão as possibilidades de catástrofes gigantescas. As tendências são múltiplas e, se tomarmos consciência do que nos espera, caso não tomemos as devidas precauções, será possível eliminar boa parte do perigo. De fato é uma tarefa difícil, pois é imperiosa a necessidade de informar e educar as pessoas acerca de uma enorme variedade de assuntos. A grande vilã em toda nossa História é a ignorância, que nos torna presas fáceis de manipulações. É isto o que gera a guerra: a falta de consideração pela individualidade de cada ser, cada cidade, estado ou nação, na busca de ordenar, uniformizar e organizar a vida alheia sem deixá-la fluir ou expressar-se livremente. A guerra está em nós. Está em nossos preconceitos, em nossos dogmas, em nossas visões obtusas da realidade e do que é certo ou errado. Não podemos, de forma alguma, interferir no transcorrer de uma vida individual ou coletiva, sem que haja uma necessidade premente ou mesmo um pedido de socorro.
Um estudo dos ciclos astrológicos acrescenta dados consideráveis no sentido de alertar e proporcionar uma idéia muito próxima da realidade. Os planetas, em seus ciclos isolados e combinados, identificam as fases em que um determinado desenvolvimento afeta positiva ou negativamente alguma área da vida humana. Se analisarmos a História, veremos que existem períodos semelhantes em várias épocas diferentes. Os ciclos astrológicos ocorrem simultaneamente a cada evento histórico, sendo de suma importância, para uma projeção do que ocorrerá daqui há alguns anos, a consideração destes movimentos planetários e sua analogia com a História.
A cada 20 anos aproximadamente, ocorre a conjunção de Júpiter com Saturno, identificando uma fase de confronto com as inibições e restrições da coletividade. O princípio da expansão, do crescimento, da intuição, da abertura e da fé na Providência, combina-se com o da contração, experiência física, limitação, inibição, concentração, estrutura e cristalização. Este aspecto simboliza uma limpeza cíclica na atmosfera mental do planeta Terra.
Embora ocorra de 20 em 20 anos, esta conjunção tem um ciclo mais amplo, que se repete por cerca de 200 anos no mesmo elemento - Terra, Fogo, Ar e Água. Desde 1842, estes planetas formam a conjunção em signos de Terra - Touro, Virgem e Capricórnio - com exceção do ano de 1981, quando o aspecto se deu em Libra - Ar. No ano 2000, ela voltará a ocorrer em um signo de Terra - Touro - para finalmente se estabelecer no ciclo de Ar em 2020, quando estiver em Aquário.
Em toda a História da humanidade, a cada conjunção destes planetas, houve alguma espécie de conflito ou de liberação criativa de algo que estava restrito a uma dada classe de pessoas ou países. Uma destas conjunções se deu na Segunda Guerra Mundial, a qual atingiu seu clímax em 1941, com a entrada dos Estados Unidos no conflito. Júpiter e Saturno estavam em conjunção no signo de Touro desde 1940, o que sugere a desestruturação econômica - Touro, arquétipo relativo ao poder econômico - pela qual passava o mundo, principalmente a Alemanha nos anos 30, o que levou os nazistas ao poder. Curiosamente, Hitler (foto) era taurino, com o Sol a 0°40' grau deste signo. O início do fim de seu poder - 1941 - aconteceu justamente na fase da conjunção. Esta, em Touro, havia passado por seu Sol e estava próxima aos planetas Marte e Vênus em seu mapa de nascimento. A casa 7, representa, entre outros fatores, os inimigos declarados, e Adolf Hitler possuía os dois últimos planetas e o Sol nesta casa astrológica. Por ocasião da conjunção, na sétima casa, seu poderio foi abalado.
No caso dos EUA, o aspecto simbolizou um avanço tremendo na atividade industrial. Durante a década de 40, ampliou-se muito a produção neste país. Enormes transferências de riquezas e também vasta destruição de propriedades - Touro está ligado à posse - ocorreram ao mesmo tempo em que houve a necessidade de uma espécie de reconstrução da economia mundial.
Vale acrescentar que o hemiciclo de conjunções entre estes dois astros retrata o ponto culminante do desenvolvimento daquilo que foi liberado de início. Neste hemiciclo, temos a oposição entre Júpiter e Saturno. O final do ciclo marca o decréscimo da energia ativada e desenvolvida, dando margem a um novo período a ser iniciado por uma nova conjunção.
Em 1921, Júpiter e Saturno em Virgem, conj. exata em 14/09/21. A semana de arte moderna em 1922 em São Paulo, marca a liberdade de criação no trabalho e o impulso modernizador inserindo-se no Brasil. Ao mesmo tempo, no mundo, a mesma forma de rebelião contra o puritanismo teve lugar.
O aspecto de conjução destes planetas, gerando dissociações entre países ou mesmo a iminência de ocorrerem, marcou o período. Após a turbulência da primeira guerra mundial - 1914/1918 - e da revolução Russa de 1917, instala-se a república de Weimar em 1919, com um governo de coalizão liderado pelos social-democratas germânicos. Sua Constituição - uma das mais democráticas da história contemporânea - enfrenta grande oposição da burguesia nacionalista. Em 1923, ocorre a ocupação do Ruhr pelos franceses. O Marco Alemão desaba. Entre 23 e 30, sucedem-se as quedas de gabinetes e ministros. Em analogia a este aspecto planetário, aqui no Brasil, é formado o PCB, Partido Comunista Brasileiro, em 1922. Desde 1917, influenciados pela revolução Socialista Soviética, os trabalhadores brasileiros - o simbolismo de Virgem está ligado ao trabalho e às classes operárias - vinham fazendo uma série de pequenas greves que culminaram em uma greve geral. Em 1925, institui-se a lei que confere férias anuais de 15 dias para trabalhadores do comércio, indústria e bancos. Na Índia, cresce a luta nacionalista sob a liderança de Gandhi em toda a década de 20. Enquanto isso, nos Estados Unidos era estabelecida a Lei Seca - em alguns aspectos, o arquétipo de Virgem está ligado ao puritanismo e a Lei Seca é uma expressão desta característica. Em contrapartida, traficavam-se bebidas à margem da lei durante esta época, como uma forma inconsciente de compensação arquetípica. O signo oposto a Virgem é Peixes, que, em seu simbolismo, representa o desejo de fuga ou escapismo da realidade, seja esta fuga através do vício ou da entrega saudável a um ideal religioso que reafirme seu contato com a origem divina.
A culminação do ciclo, com a oposição exata dos planetas, deu-se em junho de 1931, com a queda da bolsa de Nova Iorque ocorrendo dois anos antes. Neste ano, há 4 milhões de desempregados na Alemanha, quase 30 mil falências e cai toda a produção no país. No Brasil estoura a revolução de 30, levando Getúlio Vargas ao poder. Neste ano, João Pessoa é assassinado.
Os fatos acima antecederam a conjunção Júpiter/Saturno de 1941 em Touro. Foram desencadeados em 1921 na mesma conj. em Virgem.
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