Aconteceu em São Paulo entre 15 e 17 de julho a Astrológica 2016, evento anual, já na sua décima-sétima edição, promovido pela Gaia Astrológica.
No primeiro dia, as atenções ficaram por conta de um debate com a presença de seis convidados entrevistados por Robson Papaleo. Em foco, a realidade brasileira e seus grandes problemas: a corrupção crônica e a Lava-Jato, o impeachment de Dilma Rousseff, as perspectivas econômicas para o governo de Michel Temer, o desemprego e a aumento da dívida pública. Nas conversas paralelas, os dois acontecimentos marcantes dos dias anteriores: a tentativa de golpe na Turquia e o atentado terrorista em Nice.
Considerando que apenas um dos convidados não era astrólogo profissional, falou-se surpreendentemente pouco de Astrologia. Na maior parte do tempo, analisou-se a situação econômica, a crise política, a questão dos valores éticos e a crise na educação. As configurações celestes foram assunto apenas das intervenções de Celisa Beranger e Rui Sá, que destacaram alguns pontos específicos:
- A quadratura Saturno-Netuno, com Netuno entrando em breve em oposição ao Sol da Independência do Brasil, não permite prever uma solução rápida e objetiva para as duas grandes questões nacionais do momento: a crise político-institucional (com destaque para a corrupção) e o desequilíbrio das contas públicas. Mais provável que as indefinições se arrastem por pelo menos mais dois anos, desembocando na eleição presidencial de 2018;
- Por outro lado, Marte progredido chega agora à conjunção com Plutão radical na casa 2 do mapa da Independência (a economia), ao mesmo tempo em que forma quadratura com Urano e Netuno radicais na casa 11 (o Congresso e os partidos políticos). Há, portanto, indicadores reais de que a maneira de lidar com o dinheiro público estará em evidência nos próximos anos, com tendência para fortes mudanças.
A atuação de Marte progredido voltou à baila, aliás, na palestra de Gregório Pereira de Queiroz, no final da tarde de domingo. Gregório, utilizando um enfoque bem didático, reiterou a mesma ideia, de maneira ainda mais enfática: a condução dos negócios no país e o uso de recursos públicos sofrerão um redirecionamento importante, cujo resultado final tende a ser eficaz e positivo (que os deuses do Olimpo o ouçam!).
A propósito: Gregório, em contraposição à corrente dominante, defende um mapa da Independência com Ascendente em zero de Peixes (e não em Aquário, como prefere a maioria dos astrólogos brasileiros) e Meio do Céu em 29º de Escorpião. Contudo, qualquer que seja o Ascendente, Plutão estará sempre na casa 2, sendo, pois, o principal significador da economia do país.
Mais cedo, Maurício Bernis também falou de economia, mas do ponto de vista do investidor individual e das ferramentas astrológicas de que dispõe para orientar suas aplicações em bolsa e outros ativos. Como exemplificação da técnica, Maurício apresentou, por exemplo, um quadro com a regência planetária das commodities. Alertou, contudo, para a necessidade de considerar não apenas as condições astrológicas associadas a cada opção de investimento financeiro, mas principalmente as ativações do mapa natal do investidor.
Ainda na linha das questões coletivas, Celisa Beranger fez uma detalhada análise de todos os ciclos de planetas geracionais atuantes até a próxima década. Na visão da presidente do SINARJ, a quadratura Urano-Plutão, mais ativa entre 2012 e 2015, continua a atuar fortemente por mais alguns anos, constituindo-se no mais importante acontecimento astrológico da década até a ocorrência da tripla conjunção Júpiter-Saturno-Plutão em Capricórnio/Aquário, em 2019-2020. Contudo, o que mais despertou o interesse da plateia foi o gráfico indicando a evolução do índice cíclico planetário de Gouchon. Trata-se de um índice que expressa o grau de proximidade ou de afastamento dos planetas entre si. Quanto mais os planetas geracionais estiverem agrupados numa estreita faixa do zodíaco, mais baixo é o índice e maior a possibilidade de ocorrências de eventos extremos, normalmente relacionados a crises de grandes proporções. A última grande “depressão” do gráfico ocorreu no período 1982-1983, e coincidiu com uma radicalização geral das divergências políticas internacionais. Foi, por exemplo, o período da Guerra das Malvinas entre Inglaterra e Argentina e de genocídios contra refugiados libaneses no Oriente Médio. No século XXI, o ponto mais baixo do gráfico corresponde ao ano de 2020, que deverá ser crítico sob vários aspectos. É possível pensar não apenas em sérios conflitos político-militares como também num momento de agravamento da crise ambiental, com possibilidade de escassez generalizada de recursos naturais.