Mais de 170 mortos, mais de mil feridos e Plutão
no Meio do Céu: é o terror atacando a capital de um
dos principais aliados dos Estados Unidos.
Às 7h30 da manhã da quinta-feira, 11
de março, explosões com bombas de alto poder destrutivo
sacudiram quatro diferentes trens em Madri, todos carregados de
trabalhadores que rumavam para o centro da capital. Horas depois,
o saldo do atentado ainda era confuso: algo em torno de 170 mortos
e talvez pouco mais de mil feridos. O suficiente para ser o mais
violento atentado de toda a história espanhola e da Europa
Ocidental desde o final da Segunda Guerra Mundial.
A responsabilidade foi imediatamente atribuída
ao ETA, grupo separatista basco com um longo histórico de
ações terroristas contra o governo espanhol. Contudo,
a hipótese de uma represália de grupos terroristas
islâmicos também não pode ser afastada, dado
o apoio do governo espanhol à ação bélica
de George Bush no Iraque.
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Explosão de trens em Madri - 11.3.2004,
7h30 (+01:00) - Madri, Espanha - 40n24, 03w41. |
O mapa do atentado (utilizando-se o horário
fornecido pela TV espanhola) tem Plutão no Meio-Céu
e Sol no Ascendente, em quadratura, aspecto já suficiente
para simbolizar a violência do confronto daquilo que está
no subterrâneo (Plutão - ações terroristas
e grupos clandestinos) com o princípio da luz e do poder
(o Sol). A presença do Sol em Peixes, signo do coletivo e
do indiferenciado, já carrega uma conotação
de sacrifício em massa. A regência do Sol sobre a casa
6 (Leão) mostra que a maioria das vítimas é
constituída por trabalhadores assalariados.
Júpiter, regente do Meio do Céu (Sagitário)
e também do Ascendente (Peixes, signo de que Júpiter
é regente clássico), está na casa 6, das crises
e da condição subalterna, mas já em conjunção
com a casa 7, dos adversários. Júpiter está
em exílio (no signo oposto ao seu domicílio natural)
e, conseqüentemente, enfraquecido. Por outro lado, Mercúrio,
regente de Virgem, encontra-se em Peixes, em conjunção
com o Sol. Esta troca de posições entre Júpiter
e Mercúrio pode significar uma perigosa proximidade entre
vítimas e algozes, além de mostrar a momentânea
situação de fraqueza do governo espanhol (Júpiter
regente do Meio-Céu na casa 6 e Plutão, regente da
dissimulada casa 8, "usurpando" o poder no Meio-Céu).
O sentido geral é de que os atos terroristas,
além de alcançarem seu objetivo imediato de criar
pânico e terror, também conseguiram transformar o povo
e o governo espanhóis em reféns. Nas próximas
semanas o medo fará sua parte, implantando, talvez, na Espanha
o mesmo clima de paranóia coletiva que tomou conta dos Estados
Unidos depois do atentado ao World Trade Center. Observe-se que
os aspectos mais tensos do mapa do atentado em Madri - Sol-Plutão
e Lua-Marte - são aspectos aplicativos, ou seja, ainda em
formação no momento do massacre. Isto significa que
o clímax do processo ainda está por vir. Tal como
o atentado ao World Trade Center inaugurou uma era de intervenções
americanas na Ásia Central e Oriente Médio, o massacre
de Madri pode estar inaugurando tempos sombrios para a Europa Ocidental.
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