Tão antiga quanto a Astrologia, a Geomancia
foi igualmente praticado entre europeus e africanos, chegando ao
Brasil através de escravos negros sob a forma do jogo do
Ifá. Completando a trilogia já iniciada com a exploração
das interfaces astrológicas do tarot e do I Ching, Raul V.
Martinez apresenta agora as bases da Geomancia e aplica-as na interpretação
de uma questão.
Geomancia, palavra composta por Geo, do grego,
Terra, e por mancia, também do grego, manteia,
adivinhação, ou divinação.
Divinação, por sua vez, vem do latim divinale,
divino. Ou seja, em sua origem, divinação, ou adivinhação,
era algo associado à Divindade, que tudo sabia do passado,
do presente e do futuro. Por isso, em seus primórdios, os
resultados das práticas divinatórias e os oráculos
eram considerados manifestações de divindades, que
respondiam a questões que angustiavam seres humanos. Essas
consultas aos deuses quase sempre eram realizadas em locais consagrados
a uma divindade específica. A geomancia, que surgiu em tempos
remotos, possivelmente tenha esse nome não apenas por interpretar
marcas feitas no solo, na terra, mas por ser uma das formas de consulta
à Divindade da Terra - ou Espírito da Terra.
A astrologia genetlíaca, a astrologia horária
e diferentes mancias, como a geomancia, consideram estar sempre
presente e atuante um princípio próximo da inter-relação
existente entre tudo que surge em determinado instante e o que está
acontecendo em seu entorno, próximo ou afastado - como no
Universo, visto do local da ocorrência. Assim, quando uma
pergunta torna-se imperativa na mente de uma pessoa, ela também
tem correlações com o que está acontecendo
no macrocosmo e com coisas geradas concomitantemente com ela e próximas
dela. É algo parecido com a sincronicidade observada
por Carl Jung.
Na geomancia são considerados 16 símbolos,
com nomes e forma de geração basicamente uniformes.
Mas há profundas diferenças nas distribuições
dos símbolos geomânticos, na busca de respostas a questões
formuladas. Este estudo apresenta uma dessas formas de distribuição
de símbolos geomânticos - no caso, pelas 12 casas astrológicas.
Os Símbolos
Geomânticos
Os símbolos geomânticos são compostos
por quatro linhas. Cada uma com um ou com dois pontos
ou sinais. Cada linha também é associada a
um dos quatro princípios fundamentais da criação
divina. A primeira linha, a que fica na parte superior, é
ligada ao Fogo, a segunda linha é ligada ao Ar,
a terceira à Água e a quarta linha à
Terra.
Os símbolos geomânticos não possuem
uma ordem estabelecida, como a dos signos do Zodíaco e casas
astrológicas. Adiante estão esses 16 símbolos,
com seus nomes latinos.
Além das linhas, as figuras formadas pelas
duas primeiras linhas e pelas duas últimas linhas de cada
símbolo geomântico também são associadas
aos princípios fundamentais, Fogo, Ar, Água e Terra,
conforme o que é apresentado abaixo.
Significado dos símbolos
geomânticos
Geração dos
Símbolos e da Carta Geomântica
O Cálculo do Índice e a Carta
Astrogeomântica
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