Joaquim Roriz assume seu quarto mandato no Distrito
Federal com Plutão no Meio do Céu e sob pesadas acusações.
Há mais de vinte anos a história se
repete. Joaquim Roriz é acusado de corrupção,
nepotismo, uso indevido da máquina administrativa, tentativa
de censura aos meios de comunicação, e na hora da
eleição quem sai vencedor? Ele de novo, com pinta
de galã e de eterno "padrinho" de uma parcela considerável
da população do Distrito Federal. E quem vota nele
é exatamente a parcela que não vive no Plano Piloto
e não participa dos altos índices de qualidade de
vida e nível cultural que caracterizam a população
da capital do país.
O Distrito Federal é uma unidade da federação
onde vivem muitos Brasis. Um deles, o maior de todos, talvez, é
o Brasil dos "burgos podres" de que falava Tancredo Neves,
o da população migrante que vem de regiões
atrasadas onde a política ainda é dominada por velhos
coronéis que alimentam uma relação clientelista
com o eleitorado. É desse tipo de pequenas expectativas e
pequenas trocas que políticos como Roriz sobrevivem. Lançando
mão de uma linguagem popular, deixa de lado as grandes questões
estruturais e ganha votos em troca da promessa de mais uma linha
de ônibus, de mais um poste de luz, de mais vagas no posto
de saúde. O segredo é transformar cada eleitor numa
espécie de cúmplice.
Eleito para o quarto mandato, Roriz chega ao poder
desta vez sob uma onda de acusações de irregularidades
que podem até mesmo terminar em impeachment. A questão
não é sequer se fará um bom governo, mas quanto
tempo conseguirá governar.
O mapa de sua posse é muito semelhante ao
de Rosinha Garotinho, no Rio, e realmente são dois políticos
semelhantes no estilo populista. O Meio do Céu está
enquadrado entre Lua e Plutão e recebe um socorro providencial
de Júpiter na casa 5. Sendo Júpiter um símbolo
de leis e tribunais, vai ser difícil derrubar Roriz por vias
judiciais (sem dizer que Plutão é regente da casa
9). Além do mais, Júpiter é regente tradicional
de Peixes, signo Ascendente. Netuno, regente moderno, está
na casa 11 e bem aspectado com os Nodos, o que não é
nada mau para um político.
Porém, mesmo que não o tirem do poder,
seus adversários darão trabalho, pois Júpiter
faz quadratura com Marte na casa 9. A Lua na 10 se opõe a
Saturno na 4, mostrando a força da oposição
que receberá. Junto com o de Rosinha, é um dos mapas
de posse mais tensos do país. Lembra um pouco a situação
que estamos vendo nesta passagem de 2002 para 2003 na Venezuela,
onde o presidente Hugo Chávez resiste a mais de um mês
de greves e manifestações sem dar mostras de que pretende
largar o osso.
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01.01.2003, 11h45 HV - Brasília, DF
- 15s47, 47w55. Fontes: o Correio Braziliense informa
que Roriz chegou à Câmara Legislativa às
11h42 e a Agência Brasil informa que tomou posse às
11h45. |
Combinando o mapa da posse de Roriz com o de Brasília,
Urano, regente do Ascendente da cidade, está em trígono
com o Meio do Céu da posse, o que é mais um argumento
para mostrar que o vínculo da cidade com seu "caudilho"
não se romperá com facilidade.
Nota - Brasília
tem Ascendente em Aquário considerando o mapa do início
da festa popular de inauguração da cidade, à
meia-noite de 21 de abril de 1960. Este mapa é o defendido
por quase todos os astrólogos brasilienses. Há outros,
como Fernando Fernandes, que defendem que Brasília tem dois
mapas: o da meia-noite é o de Brasília como cidade,
e valeria para entendermos as questões locais. O outro mapa
seria o da transferência da capital, no mesmo dia 21 de abril
de 1960, mas às 9h40 da manhã, que seria o mapa de
Brasília como centro de poder do país. Seguindo esta
lógica, o mapa que deve ser comparado com a posse de Roriz
é o da meia-noite, com Ascendente em Aquário.
Rita Kamil,
hoje radicada no Rio, morou dois anos em Brasília nos anos
70.
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