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LANÇAMENTO DE LIVRO
Astrologia: doze portais mágicos
A crítica de Constelar

Um livro escrito a 24 mãos que dá água na boca pelo tratamento gráfico primoroso e pela variedade de abordagens.

A capa, muito atraente, logo estimula o leitor a abrir o livro ao acaso. Ao fazê-lo, a primeira surpresa: o projeto gráfico é uma festa de cores e formas que se estende pelas quase 230 páginas, sem jamais repetir-se. O mínimo que se pode dizer é que é primoroso. Mas a escolha do layout e das ilustrações não é gratuita, nem visa apenas ao efeito decorativo. Neste livro, o projeto gráfico é um elemento didático. Tanto quanto o texto, as imagens carregam informação relevante, ajudando a fixar a especificidade de cada signo.

A proposta de Astrologia: doze portais mágicos é exatamente esta: atingir o leitor leigo, mas intelectualmente exigente a ponto de não se satisfazer com as apresentações simplistas que reduzem a riqueza do discurso astrológico a meia dúzia de lugares-comuns disfarçados em esoterismo de shopping center. Neste sentido, o lançamento da editora Talento passa bem longe da vulgaridade, constituindo-se numa escolha preferencial para quem quer fazer em grande estilo seu primeiro contato com a milenar arte de interpretar os céus. Melhor ainda: os doze autores são brasileiros e fazem parte do primeiro time de astrólogos de Pindorama. Que tal aprender algo sobre os terráqueos signos de Touro e Capricórnio sob a batuta segura de mestres como Waldyr Bonadei Fücher e Raul Varella Martinez? Ou descobrir o que se esconde no simbolismo de Leão a partir da perspectiva junguiana da astróloga e psicóloga Tereza Kawall?

Astrologia: doze portais mágicos é um livro bem cuidado desde a capa.

A grande "sacada" do projeto foi exatamente a de distribuir a tarefa da descrição dos signos por doze astrólogos de estilos diferentes, que acabam compondo um mosaico onde os textos interagem entre complementaridades e contrastes. A maioria dos autores tem, em seus próprios mapas, uma ênfase nos signos que escolheram retratar, o que gera uma reiteração entre forma e conteúdo. Por exemplo: os três autores escalados para falar dos signos de Terra, fiéis ao caráter prático deste elemento, foram sucintos ao descrever as características genéricas dos signos em pauta, preferindo exemplificá-los através de detalhados estudos de caso. Assim, Touro, Virgem e Capricórnio se revelam nas figuras, respectivamente, do papa João Paulo II, do imperador romano César Augusto e do líder chinês Mao Tsé-Tung. É verdade que todos os signos têm sua apresentação seguida da interpretação de uma carta natal, mas, no caso dos autores de Terra, parece que todos combinaram algo mais ou menos assim: "Teorizar pra quê? O importante é mostrar como funciona!" Cleide Guedes, aliás, leva tal proposta às últimas conseqüências, dando interessantíssimos exemplos reais, de Descartes a Ivan, o Terrível, para cada característica virginiana.

Por outro lado, o libriano Constantino K. Riemma, ao falar de seu próprio signo, faz algo que só um verdadeiro filho de Vênus se lembraria de fazer, ao montar um painel de definições de Libra na palavra de astrólogos das mais diferentes linhas. "Vou mostrar todos os lados da questão e vocês que decidam", é o que parece dizer Constantino, cujo artigo, diga-se de passagem, constitui um dos capítulos mais claros e didáticos.

Um livro com poucos senões


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