Nem só de consultas pessoais e da repetição rotineira das técnicas consagradas vive a Astrologia. Se bem que solidamente embasado na tradição, este saber milenar avança também através da experimentação, da formulação de hipóteses inovadoras e do aproveitamento e adaptação dos últimos avanços científicos.

Para os integrantes da comunidade acadêmica que seguem o padrão racionalista e mecanicista pós-física newtoniana, a Astrologia não é, certamente, uma ciência. A rejeição tende a ser mais forte exatamente entre os praticantes do saber que, nascido da Astrologia, acabou seguindo vida própria: a Astronomia. Intermináveis querelas opõem, desde o século XVII, aqueles que tentam desvendar a natureza dos fenômenos celestes enquanto campo de aplicação dos postulados da Física e aqueles que vêem nos mesmos fenômenos elementos de um código simbólico em estreita correspondência com as ocorrências na esfera humana.

O conflito entre astrônomos e astrólogos é tão equivocado quanto a crítica que um médico poderia fazer às distorções anatômicas presentes num quadro de Picasso. Pintores e médicos podem ter um objeto comum de pesquisas - o corpo humano - mas com objetivos distintos e linguagens diferenciadas. O mesmo entre astrônomos e astrólogos. Prova disso é o trabalho de Terminus, ou Antônio Carlos Costa Lima Vieira, amazonense radicado em Brasília desde 1963 que vem desenvolvendo uma original abordagem da interpretação de cartas e da elaboração de previsões. Como acontece com todo método inovador, o trabalho de Terminus provoca uma sensação de estranheza e alguma perplexidade. Onde estão as tradicionais interpretações de posicionamentos de planetas nos signos e casas? No lugar delas, saltam para o primeiro plano entidades celestes de nome nada familiar, como o cometa Arend-Roland, ou 1957III.

Para dar uma idéia do método, fizemos um apanhado dos textos de Antônio Carlos, antes divulgados apenas no site Astros Lógos Cardiacção, que, enfrentando dificuldades de manutenção, acabou saindo do ar em março de 2001.