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Netuno e Peixes -Soube que Netuno na primeira casa dá uma grande sensibilidade às drogas, inclusive medicamentos, e que as pessoas com este posicionamento necessitam de doses menores de remédios, certo? A dúvida é: este princípio também vale para quem possui um Netuno forte, seja no Meio do Céu ou em dignidade por signo, ou Netuno na XII? ANA TERESA OCAMPO - Netuno é importante, mas é de ação muito sutil para os planos físicos de existência. Ele terá maior importância se fizer contatos com planetas pessoais do mapa. É claro que estando enfatizado numa carta - angular, muito aspectado, ênfase em Peixes - colore a vida dessa pessoa num tom de maior sensibilidade e susceptibilidade. Mas o principal fator a se considerar para alergias e susceptibilidades é em geral a Lua - ela é quem dá as principais dicas de como "digerimos" e expressamos nossa relação com o mundo externo, seja dos alimentos, seja dos afetos. Netuno sozinho, seja angular (Ascendente, Meio do Céu) ou domiciliado, pode não ser um fator de ênfase importante, especialmente se o resto do mapa indicar outras áreas de tensão mais evidentes para considerar. -Continuando a questão anterior: Peixes no Ascendente também aumentaria a sensibilidade aos medicamentos? ANA TERESA OCAMPO - Peixes no Ascendente me parece mais importante que o planeta Netuno sozinho para o tom do mapa; como já disse, Netuno é transpessoal, e o Ascendente é um ponto bastante pessoal do mapa. Peixes ascendendo pode indicar uma natureza mais sensível, especialmente porque o restante da carta tende a corroborar isso, mas veja essa sensibilidade de uma forma mais geral que restrita apenas a medicamentos ou alimentos.
Discutindo o planetóide Quíron -Existe algum estudo de Astrologia Médica que envolva o planetóide Quíron? A posição de Quíron no mapa pode fornecer alguma indicação sobre onde está a nossa "ferida" ou onde podemos encontrar a cura? CARLOS HOLLANDA - Sobre Quíron existem dois livros que, mesmo após tê-los relido, considero um pouco confusos. Um deles é de Barbara Hand Clow, publicado pela Pensamento. O outro não me disse muita coisa na época em que li, tanto que não o possuo e infelizmente não consigo lembrar o nome do(a) autor(a) para lhe passar. Ano passado saíram dois ou três livros sobre Astrologia Cármica, mas com abordagens um pouquinho divergentes. Um de Zolar e outro de Judy Hall, que me lembro. Existem ainda os seguintes autores: Dorothée Bizemont, Jeanne Avery e Ry Reed. Jeff Green fala bastante sobre o assunto em seu livro sobre Plutão e Martin Schulman tem uma coleção a esse respeito. Todas as abordagens são um pouco discordantes, por isso é necessário filtrar bem as informações. Liz Greene e Howard Sasportas falam um pouco sobre Quíron, no livro Os planetas Interiores, publicado pela Roka (ou Roca, como se escrevia na época). Howard Sasportas ainda fala um pouco mais, em As Doze Casas (Pensamento). ANA TERESA OCAMPO - Conheço poucos astrólogos que trabalhem com Quíron, e os que conheço são mais ligados à área da Psicologia. Eu sempre o deixo marcado no mapa, como um fator a mais para entender certos temas de sofrimento ou tensão da pessoa, mas não o uso como um fator isolado de análise. Acredito que este é mesmo um grande tema para pesquisa, mas o que vejo nos mapas é que ele, geralmente, corrobora o tema geral. Presto atenção a ele especialmente quando faz conjunção ou oposição a algum planeta pessoal. Nestes casos, você pode aprofundar a leitura considerando a qualidade deste planeta e o signo (ou eixo de signos) em que Quiron está; costuma dar umas boas dicas sobre questões internas (mais psicológicas do que físicas) que essa pessoa não consegue resolver ou com as quais não consegue lidar. Nesses casos, funciona mesmo como uma espécie de "ferida latente", da qual muitas vezes nem se fala muito se o astrólogo não der uma pesquisada. -Carlos Hollanda: Em sua resposta sobre Quíron, você comentou a atuação dele na Astrologia Cármica. Fiquei muito interessada e gostaria de saber se é possível encontrar algum material com esta abordagem ou se ela é oriunda de seus estudos particulares. Infelizmente não existe muita literatura sobre Astrologia Cármica e, pessoalmente, conheço somente duas técnicas: a Carta Nodal ou Dracônica e uma outra, que monta um novo mapa considerando como Ascendente a cúspide da casa onde se situa Saturno. Com este último processo é possível tirar algumas observações bem significativas. CARLOS HOLLANDA - Sem dúvida nenhuma, a carta com Saturno no Ascendente e a dracônica são boas ferramentas. O que acontece é que, como todas as técnicas e modelos de interpretação, chegamos a conclusões e sínteses muito parecidas. Particularmente prefiro usar uma combinação de técnicas todas as vezes em que tenho dúvidas a respeito de uma percepção do mapa. Entre as técnicas usadas para o estudo de reminiscências, pode-se usar o mapa tradicional, isto é, sem alteração alguma, bastando que se mude o enfoque da leitura. Outra técnica é o uso do ayanamsa, o zodíaco sideral. Outra é o uso das relações planetárias e de signos em ângulos de 150 graus, que eu chamo de "lei dos quincunces". Como sempre, uma não é melhor do que a outra. É nosso modo de usar que faz a diferença. No curso de Cármica de Astroletiva uso menos as abordagens dracônica e com Saturno e mais as que são menos conhecidas e, na minha opinião, mais objetivas.
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