Constelar

Liberdade e democracia

Liberdade de opinião e democracia são tão intimamente relacionados como a mente e o espírito. Um não pode subsistir sem o outro. Sendo um indivíduo racional, o ser humano não pode prescindir da opção de expressar de forma aberta suas idéias, emoções e pensamentos. Sendo um ser social, ele sente a necessidade de participar do meio no qual vive e exercer o direito de poder optar por aquilo que julgar ser melhor.

Infelizmente, o conceito de democracia ainda não está suficientemente arraigado como uma norma universalmente aceita, pertencendo ainda ao terreno da "boa vontade uraniana". Os ideais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" para todos são relativamente recentes. Se analisarmos friamente, chegaremos à conclusão de que mesmo os países com maior tradição democrática (EUA, França, Inglaterra, entre outros) têm nisto menos de 300 anos de vivência prática.

A maior parte dos países europeus somente começou a implantar conceitos democráticos após a II Guerra, sem falar nos países egressos da "Cortina de Ferro" que estão ainda engatinhando a duras penas neste aprendizado... As instituições latino-americanas, africanas e asiáticas ainda são tenras demais e, no Oriente Médio, o exercício de opções democráticas ainda é uma exceção.

Luz e sombras nas mudanças de eras

A cada mudança de eras astrológicas, manifesta-se não somente o simbolismo do signo regente, como também de seu oposto polar. Esta polaridade oposta atua como se fosse uma "sombra", obscurecendo as melhores intenções manifestadas pelo signo regente.

Se nesta Era de Peixes (compaixão, universalismo, espiritualidade, coletivismo) observamos uma visão excessivamente racionalista, utilitária, materialista e crítica das coisas - manifestada pelo seu oposto Virgem, então podemos concluir que o principal desafio na tão decantada Era de Aquário - cantada em prosa e verso pelos esotéricos e tão abominada pelos religiosos fundamentalistas e pelos céticos - será entre ideais e ideologias.

O conceito da democracia, no sentido puro da palavra, pode ser distorcido, como aliás o está sendo hoje, na medida em que o cidadão comum é apenas visto como uma mera máquina de votar, mas que não participa das decisões reais do poder, que são manipuladas por lobbies, pelas corporações transnacionais, pela mídia e pelos segmentos "deformadores" de opinião.

A forma como o neoliberalismo é colocado, como se fosse uma teoria darwiniana, e o fenômeno do desemprego visto como "natural", é uma das muitas tentativas destes segmentos de forjar uma visão do real, solapando cada vez mais a esperança humana. O simbolismo de Aquário, neste ponto, pode ser idealisticamente cruel, como que "racionalizando" a realidade. E o papel das ideologias - mesmo as astrológicas - é precisamente este: o de anular as iniciativas individuais em prol do coletivismo, para que a iniciativa pessoal ceda lugar a uma espécie de "consenso burro".

E todas estas coisas que incomodam o subconsciente coletivo, mas estão lá (medo do futuro, desemprego, falta de perspectivas, humilhações, perda de dignidade pessoal) podem ser captadas e assimiladas por qualquer candidato a messias, grande líder, "Pai dos Povos" ou mesmo o Anticristo de plantão, que assuma o papel de guiar as massas coletivas rumo a um destino supostamente comum, evidenciando o perigoso contrapeso da "sombra" leonina nesta suposta iluminadora Era de Aquário. E talvez este candidato nem precise dar um passo à frente. Basta que todos os outros dêem um passo atrás.