Neste artigo, publicado originalmente no Guia
da Internet.Br, edição de aniversário (Ano
I - n° 12 - maio/97), Zini fala do tema que mais o mobilizava:
a presença da Astrologia na Internet e a democratização
dos conhecimentos ditos alternativos pelo uso dos meios virtuais.
Recebi por e-mail o convite para escrever sobre a
Astrologia na Grande Rede. Também através do correio
eletrônico enviei esse texto, redigido e editado num computador.
Antes de começar a fazê-lo, naveguei pela Web para
me inspirar. Em alguns "portos" deixei cair as âncoras
e degustei, horas a fio, as deliciosas informações,
imagens e sons que astrólogos, programadores e outros profissionais
disponibilizaram. Em outros "portos", naveguei lentamente,
próximo às margens, admirando a paisagem: profusão
incomensurável de dados, convites, propostas...
A Internet é uma silenciosa (?) revolução da
informação e da cultura. Enquanto escrevo, observo,
através da janela, muitos prédios e infinitas janelinhas.
Fico imaginando: em quantas casas nesse momento, em todo o mundo,
não há pelo menos um internauta singrando os mares
de caracteres, homepages, newsgroups e efetepês?
As cidades e seus prédios, casas e ruas parecem os mesmos.
Errado, penso. Não são mais os mesmos depois da Rede!
Mas, e a Astrologia na Internet? Como todo ramo do saber humano,
está no mesmo barco revolucionário. Um dos aspectos
peculiares da Internet é a diversidade de informações.
Tem de tudo um pouco, pelo menos. Alguns assuntos, é claro,
com uma quantidade maior de dados disponíveis.
A Astrologia é multidisciplinar por natureza, ou seja, para
estudá-la é preciso recorrer a outras fontes de conhecimento:
Astronomia, Mitologia, Psicologia, Simbolismo, para citar alguns
dos mais essenciais. Nesse ponto, podemos vislumbrar as múltiplas
possibilidades de pesquisa que a Mãe de Todas as Redes oferece.
Isso sem falar na infinidade de serviços on-line:
cálculos e interpretações computadorizados
de mapa astral, coordenadas geográficas, calendários,
mapas de celebridades, dicionários e assim por diante. Você
pode procurar referências bibliográficas astrológicas
num search engine, num site, ou ainda obter a informação
do lançamento de um livro magnífico num bate-papo
com um astrólogo na Eslovênia ou na Austrália,
fazendo a encomenda da obra numa das gigantescas livrarias presentes
na Rede. Tudo isso, sentado na sua confortável cadeira e
usando apenas uns poucos músculos do seu corpo. Um astrólogo
europeu da Idade Média iria dispender algum esforço
extra se desejasse conhecer, digamos, os fundamentos da Astrologia
na Índia...
"Em
quantas casas nesse momento, em todo o mundo, não há
pelo menos um internauta singrando os mares de caracteres?"
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Todo saber considerado "excêntrico"
pelos olhos míopes da sociedade materialista contemporânea
é muito beneficiado pelo advento da Internet. A Astrologia
e o Ocultismo de modo geral, assim como os estudos dos fenômenos
ufológicos e paranormais e a cultura da Nova Era, entre outros
temas, estão maciçamente presentes na Rede. Isso significa
que a Internet, além de tudo o que se fala dela, também
é um indicador privilegiado das necessidades e anseios coletivos,
desde os mais prosaicos e óbvios como o sexo (um dos temas
evidenciados quando se fala da Rede), passando pela mera curiosidade
ou buscando maior autoconhecimento, expansão da consciência,
evolução espiritual e transcendência.
Você deve ter notado que eu nem citei Urano
em Aquário, Plutão em Sagitário, grandes conjunções...
A tentação foi grande, admito!
Leia outros artigos de Marcus
Vannuzini.
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